quinta-feira, outubro 11, 2007

Balançar

Pedes-me um tempo

para balanço de vida

mas eu sou de letras

não me sei dividir

para mim um balanço

é mesmo balançar

balançar até dar balançoe sair..

Pedes-me um sonho

para fazer de chão

mas eu desses não tenho

só dos de voar

e agarras a minha mão

com a tua mão

e prendes-me a dizer

que me estás a salvar

de quê?

de viver o perigo

de quê?

de rasgar o peito

com o quê?

de morrer mas de que, paixão?

de que?

se o que mata mais é não ver

o que a noite esconde

e nao ter nem sentir

o vento ardente a soprar o coração..

Pensa em mim

dentro das mãos fechadas

o que cabe é pouco

mas é tudo o que temos

esqueces que às vezes

quando falha o chão

o salto é sem rede

e tens de abrir as mãos

Pedes-me um sonho

para juntar os pedaços

mas nem tudo o que parte

se volta a colar

e agarras a minha mao

com a tua mao e prendes-me

e dizes-me para te salvar

de quê?

de viver o perigo

de quê?

de rasgar o peito

com o quê?

de morrer mas de que paixão?

de que?

se o que mata mais é não ver

o que a noite esconde

e nao ter nem sentir

o vento ardente

a soprar o coração

1 comentário:

C. Simões disse...

fascinante